domingo, 2 de março de 2014

Suicídio Infantil



Falar do suicídio infantil tem suas dificuldades já que estamos presos na ideia que o suicídio é um ato adulto ou adolescente. Porém, devemos nos atentar a  isso mesmo que seja uma temática pouco discutida. Cabe salientar que “estatisticamente falando, o suicídio é a quinta causa de morte entre crianças de 5 á 14 anos, perdendo para, em primeiro, acidentes, segundo, câncer, terceiro, anomalias congênitas, quarto, homicídios e por fim o suicídio.” (2)
É importante abordar o assunto, ainda mais em tempos de Bullying, de intolerâncias e desrespeito a condição humana em diversas esferas da sociedade.
Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde (2000), no mundo inteiro o suicídio está entre as cinco maiores causas de morte na faixa etária de 15 a 19 anos. Já o suicídio infantil, apesar de também ocorrer, é um tema quase indiscutido e intocado, pois coloca em cheque o mito da inocência infantil. Por isso, na maioria dos casos se atribui o ato suicida a um possível acidente doméstico. Mesmo quando o depoimento da criança manifesta o desejo de morrer, de colocar fim à própria vida, as pessoas consideram que o gesto “é coisa de criança e não um ato destrutivo”.
Os próprios profissionais de saúde muitas vezes não estão preparados para lidar com a situação, pois o ato suicida vai diretamente contra o objetivo de sua profissão, que é preservação da vida. É importante a conscientização desses profissionais com relação ao tema para que seja dada a atenção devida ao sofrimento do paciente e o suporte adequado a ele e sua família.
A pessoa que tenta o suicídio está passando por um sofrimento psicológico intenso, que muitas vezes é ignorado no atendimento hospitalar. O psicólogo hospitalar tem um papel fundamental nesses casos, tanto no atendimento à criança que tentou o suicídio e aos seus familiares, quanto no suporte aos próprios profissionais de saúde.
Ter pensamentos suicidas uma vez ou outra não é anormal na passagem da infância para a adolescência. Esses pensamentos se tornam anormais quando a realização desses pensamentos parece ser a única solução dos problemas. Neste caso há um sério risco de tentativa ou de suicídio. Ainda que não seja fácil prever com certeza a conduta futura de uma criança, os especialistas aconselham a não subestimar suas ameaças ou advertências.
A idealização ou intenção do suicídio em geral surge de um estado depressivo. Muitos dos sintomas das tendências suicidas são similares aos da depressão. Quando os pais suspeitarem que a criança ou o jovem pode ter um problema sério, uma imediata, autoritária e decisiva intervenção, levando o jovem ao médico, ao psiquiatra infantil ou à emergência de um hospital, pode salvar uma vida.
Várias formas de supervisão como remover ou vigiar medicamentos perigosos, armas de fogo, pesticidas, explosivos, facas, tanto na escola quanto nas casas e outros locais, são importantes medidas para se preservar a vida. Já que essas medidas sozinhas não são suficientes para prevenir o suicídio em longo prazo, apoio psicológico deve ser oferecido ao mesmo tempo.

Prevenção
O aumento da percepção e a disseminação de informação apropriada são essenciais para os programas de prevenção ao suicídio. Em 1999, a OMS organizou o SUPRE – programa mundial para prevenção do suicídio, com uma série de manuais destinados a grupos sociais e profissionais (profissionais de saúde, educadores, agentes sociais, governantes, legisladores, comunicadores sociais, forças da lei, famílias e comunidades), visando à prevenção do suicídio, que envolve uma série de atividades, abrangendo desde o tratamento efetivo dos distúrbios mentais até um controle ambiental dos fatores de risco. (1)
Devemos estar atentos a todos os mínimos sinais que as crianças nos emitem. Refletir sobre as atitudes e dialogar sempre sobre a importância da vida e de viver um dia de casa vez plenamente. Com amor próprio e seguir sempre adiante, mesmo nas dificuldades. 

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