quinta-feira, 31 de março de 2011

Velhos !

          Os dias estão passando cada vez mais rápido, é a impressão que se tem pelo imediatismo da contemporaneidade. Na correria cotidiana, o desejo de sobreviver ao tempo, torna o sujeito cada vez mais alienado e sem olhar a sua volta.
Essa massificação, que não restringe apenas na visão do próprio umbigo, culpa-se a famosa falta de tempo. A desculpa mais usada, e nesse clichê perpetuado diariamente, descobre-se que o tempo é o que faz dos velhos, velhos.
E questiono então, quem é ele, o que eles fizeram e qual sua historia? Certamente pela “falta de tempo” não se terá tempo de fazer essas perguntas. Até porque eles são apenas pessoas que viveram o suficiente para uma sociedade que impõe juventude eterna, e não produzem nada alem de alimentar a industria farmacêutica. Parece regra, mas parece que hoje, ser doente virou triunfo.
Mas algo que surge como questão em relação a isso, é a maneira com qual essas pessoas, de idade avançada, cabelos brancos aparecendo, e a certeza da proximidade da morte, ocupam suas vidas. Ou seria melhor pensar o que a sociedade faz com eles, para manter a aparência jovial e perfeita? Agora fico ainda mais curioso em saber qual o sentimento de alguém, que viveu dias de sofrimento, onde teve em sua geração maiores dificuldades, para construir o que temos hoje.
Enquanto a preocupação é com o próprio umbigo, esquecemos que os velhos, que conquistaram sua terceira idade, são apenas vozes ao fundo em nossa casa. No momento que estamos descobrindo o mundo pela internet, ouve-se uma voz contando fatos, historias (...). Mas para quem? Parece que conhecer o mundo pela virtualidade se tornou muito mais proveitoso, que conhecer sua historia pela velhice.
São aqueles que convivem com as amarguras da solitária vida, em que se dedicaram anos a fio seus filhos, tentam dedicar-se aos netos, e no momento de expor suas opiniões são  mal interpretados, isso se forem escutados. 
Uma sociedade caótica, onde o que vale mais e uma jovial beleza estética, e um vazio existencial perpétuo. Ouvir um velho é perder tempo, e não um resgate da própria história. Enquanto jovens sonham com um futuro próspero, os velhos sonham em poder conversar com seus filhos alguns minutos, e serem ouvidos apenas. Pensam em viver aquele momento, esperando única e calidamente sua morte.
Em seus olhares fundos, enrugados, ainda há uma vida de desejos, pensamentos, que certamente são acompanhados de silêncio, de esquecimento. Pois ninguém tolera suas histórias longas e intermináveis, suas reclamações diárias. O velho apenas é um apanhado de nada. Toda uma vida esquecida pela ignorância da futilidade, do tempo escasso, e vida vazia.
Enquanto estão alimentados pela busca do incerto, os velhos estão apenas querendo contar seu passado, sendo a única coisa que lhes mantém jovens, vivos, intensos e buscando sua realidade. São velhos, que também foram jovens, e que olhavam para os velhos de sua época com admiração, carinho, esperanças de um dia alcançar aquela idade. E hoje ao estarem nessa fase, encontram a impaciência de seus frutos, que por eles foram educados, que por eles foram alimentados, orientados e se falharam, tiveram razões maiores.
Enquanto estão sentados na varanda, com sua rotina simples, anônima e singular, pensam no que gostariam de ainda alcançar, nem que isso se resuma, no respeito dos netos, dos filhos, da sociedade. Seu caminhar é lento, e isso se torna desagradável para um jovem acompanhá-los ao medico. Vão falando demais, vão reclamando de mais. Reclamam tanto que nem ao menos são ouvidos, já que deles esperam apenas isso. Esse ciclo vicioso de desejo de contar histórias nunca ouvidas, vai se perdendo com o tempo. Na oportunidade única de conhecer um pouco mais de si mesmo, os velhos não são considerados, ser velho, é ser insuportavelmente tolerado.
Ninguém percebe a leveza que buscam levar suas vidas, nos grandes fatos onde viveram os sentimentos com sorriso, e em cada ruga lasciva em sua face, parte do que lhes foi roubado pelos tempos difíceis. Parte que lembram numa mistura de pesar e felicidade. O que seria da vida sem aqueles que construíram nossas histórias?
Seria o momento de dar-se conta do movimento patético, insosso que se faz uma sociedade aliada ao seu fracasso. Quanto valeria a pena escutar a história que no fundo de nossa consciência parece numa voz cansada, cheia de emoção, de envolvimento. Uma sociedade que não valoriza seus velhos é formada por seres humanos que não se valorizam, quem sabe é por isso que precisam limitar sua vida em correr contra o tempo. Porém se esquecem que o mesmo tempo que lutam para suprir, é o mesmo que trará a velhice, com sua chatice, resmungues, lamentos e silêncios. Seria necessário criar uma nova velhice, ou escutar nossos velhos um pouco mais, sem descarta-lo como um fardo.

Autor: Clenio Lopes

Incerteza


Um sentimento inesperado
Toma conta do meu ser
Quando sinto—o ao meu lado
Penso tudo antes de dizer

Seu jeito sempre educado
Encanta meu olhar ao lhe ver
Alegra meus dias angustiados
Dando-me o desejo de viver

Um sentimento leve e ingênuo
Alivia o meu querer
Tendo sempre o cuidado
De nunca me fazer esquecer

Clenio Lopes

Inclusão Escolar: Desafios para o psicólogo


A idéia de inclusão escolar não se dá apenas em relação às pessoas portadoras de deficiências, como é debatido no contexto escolar de hoje, e sim incluir os indivíduos, que não tem acesso ao ensino, independente da condição socioeconômica, gênero, raça, religião e das características individuais. Nesse sentido o profissional de psicologia que atua na área escolar, terá alguns desafios para desconstruir essa representação de que apenas se trabalha com necessidades educacionais especiais.
Portanto, o psicólogo escolar deve buscar seu espaço junto às equipes de trabalho psicopedagogica e de outros profissionais da área educacional, para que ocorra uma mulptidisciplinaridade visando dar conta das problemáticas escolares. Reconhecendo que os fatores subjetivos estão aliados às idéias de exclusão, no que caracteriza a diversidade humana, em função das condições econômicas, culturais, sociais e biológicas que se apresenta num contexto escolar. Assim, pensa-se a aprendizagem como uma função do sujeito psicológico que aparece ao longo de seu desenvolvimento, essa consciência psíquica facilita na participação do psicólogo em todo processo educacional junto aos planos políticos pedagógico da instituição escolar.
Outro fator importante é o trabalho em relação à subjetividade social da escola, que se expressa na configuração das concepções, sentidos, crenças e valores que caracterizam o espaço escolar. Leva-se em conta que essas concepções são aliadas ao preconceito e ideologias. O psicólogo ao conhecer essa dimensão da instituição escolar, terá um entendimento para ressignificar a concepção de seu trabalho junto aos processos educativos. E integrar seu conhecimento psicológico para a compreensão do que ocorre no contexto da instituição escolar em sua dimensão social, descentralizando na visão que focaliza apenas no problema e não o sujeito, desconsiderando as potencialidades individuais. A psicologia terá seu papel reconhecido junto aos profissionais da escola quando promover as mudanças nas dinâmicas do funcionamento escolar, efetivando assim um caráter inclusivo.
Perante essas noções, o desafio mais importante esta em refletir sobre seu papel social junto à escola, levando em conta o compromisso que se tem não apenas como profissional. E ao atuar no campo da educação prioriza-se o olhar critico construtivo e compromissado com a transformação da realidade, trabalhando sempre como um cidadão ativo, criativo e inovador, reconhecendo seus limites e identificando-os para na medida do possível amplia-los num trabalho efetivo da inclusão educacional a todos os sujeitos que tem esse como direito.
Todos os esforços garantem o compromisso social e criativo da psicologia atuar na escola, promovendo uma mudança de paradigmas que facilitará o trabalho do mesmo em instituições sociais, numa perspectiva de novas possibilidades de ação para todos os profissionais que atuam na área da educação também como um processo preventivo das futuras demandas da educação.

 Autor: Clenio Lopes

Lirismo da Galinha

Ao pensar sobre a vida ao nosso redor, sabe-se da existência de variadas espécies de seres vivos, digamos. Cientificamente sabe-se que o esperma como um subnúcleo masculino, deve fecundar um óvulo o subnúcleo feminino, para que após esse processo, mais um ser vivo venha habitar o universo. Seja ele humano ou animal.
            É bastante complexo esse processo todo de genética, mas não é intenção entende-lo aqui.  O que parece tão insignificante para uma sociedade aliada as máscaras sociais, são instigantes para aqueles que se permitem ver o mundo com um mínimo de sensibilidade. Uma vida que ao nascer parece tão cheia de luz, que às vezes se torna sublime em seu mais simples ser. Seria como um chocar para vida, esse chocar é o que nos tornam seres humanos, seres vivos, seres do universo.
            Importante para saber como em nossa particularidade, o fato de nascermos da mesma forma que qualquer tipo de ser vivo, nos qualifica como animais, muitos negam evidentemente.
            Porém, esse negar nada mais é do próprio instinto animal. Ser humano é estar sempre em contradição consigo mesmo. Na caminhada de um ser que ao chocar-se para o mundo, e já nos primeiros momentos de sua existência, tem um caminho definido. Já no inicio a um interesse ambíguo em relação à vida e morte. Claro que ao levar em conta um sistema natural da cadeia alimentar, fato é que, muitos seres nascem para ser digeridos, porque comidos todos somos pela nossa capacidade distinta de invejar.
            Enfim, a galinha é um desses seres, que apenas é olhada como um belo prato do nosso cotidiano. Uma galinha, um animal, um ser vivo, seja como qualificar ela será  sempre vista como um alimento a mais no cardápio. Não condeno nada, estou apenas a refletir sobre uma vida limitada e fadada ao prato. Até então nunca havia pensado, que uma vida pudesse ser tão massificada pelo homem, levando em conta o processo de cadeia alimentar, fica-se claro da suposta necessidade de alimentar-se dela. Os primitivos já faziam isso sem concessões.
            Algo que chama atenção é o jeito hábil que elas são carregadas de um lado para outro. Imagina quando alguém esta dentro de um ônibus, onde a capacidade de lotação, já esta escassa. Cada centímetro é disputado por iguais. Todos têm um destino, ir para casa, para escola, para a universidade ou passear. O dia está muito quente, todos suando, falando, gritando, reclamando... Seria tão desagradável, mas chegariam em seu destino. Ao transportar uma galinha, isso jamais ocorre. Pois elas são simplesmente jogadas em caixas de plásticos, amontoadas umas em cima das outras, machucadas, abusadas. Roubam sua liberdade, e a morte apenas é uma rotina. Se estiverem a sentir algo ou não, ninguém se importa, estão ali, com seus olhares assustados, inocentes, graciosas e puras. Seja num sol quente, em um dia chuvoso, ou frio, lá vão elas, em seu silencio fúnebre, nefasto, ingrato.
            Há! Lembram delas sim, para dizer, que seu cheiro incomoda, que passar por elas é nojento. Come-las não é, mas dividir o asfalto sim. Tudo tão incoerente. Diante da solidão em que dividem seu espaço, apenas exalam um cheiro desagradável, e assim esperam seu fim. E diferente dos humanos, não escolhem onde querem parar, porque seus destinos foram dados ainda quando eram ovos. Esse sentimento que encobre a prepotência do ser vivo, que racionaliza, e assim, está em outra esfera, esta no topo dos animais, porque mesmo com esses sentimentos em relação aos menos “celebrados”, digamos assim, são animais também. E se não tomassem seus banhos diários ou freqüentes, também exalariam cheiros desagradáveis.
            Mas, a galinha é um animal inferior. Pensando ainda, em seus meios de transportes, eficientes e confortáveis, estou falando da galinha certamente, elas emitem sons, se comunicam entre si. Como os animais superiores, que também emitem sons para se comunicar em seus meios de transportes inadequados, desconfortáveis e que nem deixam eles na frente de casa, que atrasam as vezes. Esperam muito para chegar em casa, mas isso é o que menos importa, porque as galinhas chegam sempre na porta dos seus matadouros.
            A morte é tão certa para ambas às espécies, os assassinatos uma constante em nossa vida, que decidir tirar a vida de milhares de galinha, é uma necessidade fundamental, senão haveria uma super população delas. Até em relação ao transito, seria caótico o engarrafamento de transportes de galinhas.
            Não sei qual tipo de entendimento terá esse texto, só olhei para galinha como uma igual, mesmo sabendo que as chacotas se fazem presentes, até porque, quem vai ler isso não são as galinhas, e sim seres mais evoluídos que elas, mas que também são animais. Que por sua vez, são apenados em seu mundo de caixas não plásticas mas imaginárias, e que impedem de olhar para além de seu umbigo, e não sei o que vêem de interessante, nem quero descobrir, dessa incerteza, prefiro ter a clareza que no almoço servirão-se de uma bela coxa de galinha, bem temperada, senão, o cheiro real delas não permitiria serem degustadas, saboreadas, logo após serem sacrificadas, assustadas, humilhadas, roubadas e assassinadas. Percebi que na galinha há tanto lirismo, tanta poética, mesmo, no prato do jantar. Boa galinhada.

Autor: Clenio Lopes

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vigorexia: Saiba o que é !




 Atualmente existe uma busca incansável por parte de muitos para obter um corpo que consideram perfeito. Porém, quando isso se torna algo excessivo, e estar numa academia malhando se torna uma necessidade quase que vital, é preocupante.

Então entra em cena o que chamamos de Vigorexia. O que é isso? É um transtorno que torna os indivíduos, em sua maioria homens, obsessivos por atividades físicas buscando sempre um corpo cada vez mais musculoso.
Esse comportamento, também conhecido como Síndrome de Adônis, preocupa na medida que o sujeito mesmo chegando a um corpo malhado não se percebe assim, ou seja, nunca estão satisfeitos. Isso ocorre, porque eles se vêem sempre magros e/ou esqueléticos, há uma distorção de imagem grave, o que se compara com as Anorexicas que se vêem sempre gordas mesmo estando esqueléticas.
O diagnostico psiquiátrico nesses casos, chama essa distorção de imagem segundo o DSM.IV de Transtorno Dismórfico Corporal, ou seja, é uma preocupação com um defeito na aparência, sendo este defeito imaginado, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva e desproporcional, que é comum em outras síndromes além da vigorexia. E autores utilizam a nomenclatura Transtorno Dismórfico Muscular como a nova síndrome onde as pessoas, geralmente homens, independentemente de sua musculatura (embora normalmente sejam bem desenvolvidos), têm uma opinião patológica a respeito do próprio corpo, acreditando terem uma musculatura muito pequena.
Virorexia é um transtorno que ocasiona diversos problemas físicos como lesões musculares, insônia, desinteresse sexual, irritabilidade, fraqueza, má alimentação entre outros, e psíquicos como sentimento de inferioridade, desmotivação, depressão.
Outro fator de gravidade nesses casos é o uso de anabolizantes para aumentar a massa corpórea, que contribui para ocorrer problemas cardiovasculares, câncer de próstata, diminuição dos testículos.
É importante destacar que o comportamento Vigoréxico nunca é percebido pela própria pessoa que sofre desse transtorno, e sim pessoas a sua volta percebem que eles se tornam exagerados na busca por um corpo que idealizam como perfeitos.
Assim como na anorexia, a vigorexia é um transtorno ligado a imagem, a uma busca pela perfeição que muitas vezes são ditas pela mídia como ideal. Acabam pregando a falsa de idéia que para ser bonita tem que ser magra e para ser bonito tem que ser musculoso. Cada pessoa tem características particulares e o importante nesses casos é compreender que saúde deve estar em primeiro lugar, saúde física e mental.
É fundamental que pessoas próximas, amigos, profissionais que trabalham em academias ao perceberem essas características em alguém, que os alerte e lhe incentivam a procurar ajuda.
O tratamento para esses casos se dá por acompanhamento psiquiátrico e psicológico, para que juntos possam conscientizar o individuo que a preocupação com o corpo é sempre importante para uma boa saúde, mas quando demasiado é prejudicial.

Autor: Clenio Lopes

Adolescência


Adolescência e Família: A difícil arte de adolescer

          A adolescência é uma fase evolutiva na vida do ser humano onde se busca uma nova forma de visão de si e do mundo; uma reedição de todo desenvolvimento infantil visando definir o caráter social, sexual, ideológico e vocacional.
Esse processo evolutivo ocorre dentro de um tempo individual e de forma pessoal em que o adolescente se vê envolvido com as manifestações de seus impulsos intuitivos exteriorizados através de suas condutas nem sempre aceitas como normais pela sociedade.
 Podemos dizer que adolescência é sinônimo de crise, pois o adolescente, em busca de identidade adulta, passa para o período “turbulento” (variável segundo o seu ecossistema (sócio-familiar)).
 Segundo a teoria kleiniana, essa fase poderia ser definida como correspondente à positiva elaboração da posição depressiva.
 A esta crise, provocada pela ampla e profunda desestruturação em todos os níveis da personalidade, segue-se um processo de reestruturação, passando por ocasiões nas formas de exprimir-se ao longo dos anos.
 O eixo central dessa reestruturação é o processo de elaboração dos lutos gerados pelas três perdas fundamentais desse período evolutivo:

1. Perda do corpo infantil:

Nessa fase, o adolescente vive com muita ansiedade as transformações corporais ocorridas a partir da puberdade, as quais exigem dele uma reformulação de seus mundos interno e externo. Muitas vezes, as restrições familiares e sociais para controlar esses impulsos, ameaçam tanto o seu desenvolvimento que chega a causar retardo em seu crescimento e no aparecimento natural das funções sexuais próprias dessa fase.

2. Perda dos pais da infância:

Os pais, antes idealizados e supervalorizados, passam a ser alvo de críticas e questionamentos. Dessa forma, o adolescente busca figuras de identificação fora do âmbito familiar.
           Nesta fase, se caracteriza a dependência/independência dos filhos em relação aos pais e vice-versa; é o momento em que o adolescente busca substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais individual.
 
3. Perda da identidade e do papel sócio-familiar infantil:

Da relação de dependência natural do convívio da criança com os pais, segue-se uma confusão de papéis, pois o adolescente, não sendo mais criança e não sendo ainda um adulto, tem dificuldades em se definir nas diversas situações de sua cultura.
 No caminho para a sua independência, sentindo-se ora inseguro, ora temeroso, busca o apoio do grupo, que tem importante função, pois facilita o distanciamento dos pais permitindo novas identificações.
 Para atingir a fase adulta, o adolescente deverá fazer uma síntese de todas essas identificações desde a infância.
 Essa perdas se elaboram realizando-se verdadeiros processos de luto, psicanaliticamente falando.
 O adolescente exterioriza os seus conflitos e formas de elaboração de acordo com as suas possibilidades e as do seu meio, com as suas experiências psico-físicas, ocorrendo o que chamamos de “patologia normal da adolescência”.
 Para se compreender e lidar com adolescentes é fundamental que se conheça essa aparente “patologia”, chamada “Síndrome da Adolescência Normal”, com as seguintes características:

1. busca de si mesmo e da identidade adulta
2. tendência grupal
3. necessidade de intelectualizar e fantasiar
4. crises religiosas
5. deslocação temporal
6. evolução sexual
7. atitudes sociais reivindicatórias
8. contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta
9. separação progressiva dos pais
10. constantes flutuações do humor e do estado de ânimo

O desconhecimento das mudanças que ocorrem no processo adolescer
(1. atingir a adolescência; tornar-se adolescente. 2. Crescer; desenvolver-se. 3. Rejuvenescer, remoçar, juvenecer. (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio), implicará em dificuldades na relação do adolescente com a família, professores e profissionais, gerando situações de conflito.
 Observamos que os adolescentes assim como os seus familiares estão, na maioria das vezes, desinformados sobre as mudanças que ocorrem nesta fase, gerando, na maioria das vezes, conflitos na relação e dificuldades na convivência.
 Cabe aos profissionais da área da Saúde preencher essas lacunas com informação, orientação e, sobretudo, acolhimento.
 
“Amadurecer é um ato complicado... Perceber a hora de mudar é ainda mais difícil, mas não tanto se encontramos uma certa figura capaz de abrir nossos olhos e mostrar que as possibilidades de vida são ilimitadas...” (encontrado no diário de uma menina de 12 anos)

Autora: Alaide Degani de Cantone
Psicóloga Clínica/Hospitalar/Psicossomática
Pós-graduada em Psicologia e Saúde/Psicologia Hospitalar

Moinho de Ideias

Conheça a ONG MoinhoDeIdeias e quais são seus objetivos. 


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"Ideias ousadas são como as peças de xadrez que se movem para a frente; podem ser comidas, mas podem começar um jogo vitorioso."
Goethe

Clarice Lispector

Clarice Lispector é uma das minhas escritoras favorita. Pela sua intensidade, originalidade e destreza em escrever sobre nossos mais secretos medos, anseios, desejos e vivências. Quem lê Clarice se encanta, há quem goste dela apenas por citações que conhecem pela internet, mas sua obra vai além disso e não atoa sempre é reverenciada pela literatura brasileira.


Aflição

Sofria em silêncio
Por algo que não poderia falar
Um sentimento que surgia pleno
Num desejo de não mais acordar

Os sonhos lhe vaziam pequeno
Não tinha mais nada a esperar
E num pensamento sereno
Pensava que tudo deveria terminar

Num sorriso que disfarçava a dor
De quem por dentro só desejava amar
Sem esperança e como uma flor
Desejou que seria sua hora de murchar 

ClenioLopes

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