segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Cuide-se: reflexões sobre autocuidado


Automutilação x Autocuidado

     Quando falamos da automutilação, estamos falando de aspectos específicos de crianças, jovens, seres humanos em formação, que pela sua dificuldade em verbalizar como se sentem, por não elaborar perdas, frustrações e dores, acabam por materializar essa dor na própria pele.

     Ao longo do tempo, aprendemos que é a tendência natural do ser humano, julgar o outro, e acreditar que está fazendo o correto, porém, devemos compreender que ninguém habita a nossa pele. Quando sentimos algo, essa dor tem a intensidade singular a cada sujeito. Todos passamos por frustrações, mas, como cada um lidará com elas, é que fará a diferença.

Resultado de imagem para Automutilação x Autocuidado     No momento da dor de um corte, o jovem compreende que aquela dor emocional se justifica, mas certamente essa dor, extrapola o senso de quem não há sente, por isso, nosso grande exercício é julgar menos o comportamento dos outros, e melhorar cada vez mais os nossos.

     Assim, ao dar-se conta que o sofrimento gerado pelo corte, não ameniza a dor emocional e sim, fica mais uma sensação de culpa e menos valia, é o primeiro passo para buscar apoio.      Conversar com uma professora que confia muito, com uma amiga favorita, procurar um adulto que sabe que irá ajuda-la. Somos seres sensíveis e encontramos em nosso caminho, pessoas que querem nosso bem.
     Por isso acredito que quando olhamos ao nosso redor, percebemos que sim, temos dores que somente nós sentimos, mas existe mais amor a nossa volta.  
        Quando notamos que não estamos sozinhos, que existem profissionais que nos acolhem, sem julgamentos, sem certos ou errados, apenas oferecem uma escuta atenta e que juntos constroem um caminho de auto perdão, que é o melhor ato de autocuidado.


Clenio Lopes

Psicólogo CRP07/18432