quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dia Mundial Contra Violência à Pessoa Idosa

Dia 15 de Junho é o Dia Mundial de Contra a Violência à Pessoa Idosa, é uma data que marca mais uma das diversas lutas que a sociedade enfrenta por reconhecimento e respeito. Não só neste dia, mas em todos os outros devemos estar atentos as possíveis agressões que nossos idosos sofrem cotidianamente. Por vezes, e não é raro, à agressão pode não ser física e deixar marcas óbvias, mas o simples ato de não ouvir uma das velhas histórias que os idosos adoram contar (e precisam disso pra se manterem ativos mentalmente) pode deixar suas marcas internas de desrespeito, impaciência e falta de reflexão. Os velhos de hoje não serão os mesmos velhos de amanhã, e os que agridem eles serão velhos também. A idade vem para todos, e se queremos ser respeitados quanto estivermos em idade avançada, devemos começar promover o respeito desde os idosos das nossas casas e espalhar isso para os demais.
Essa luta é de todos e todas.

domingo, 12 de junho de 2011

Relacionamentos "amorosos"

Já que é Dia dos Namorados, cabe refletir :
Não há receita para uma relação dar certo. Eis aí algo que sempre escutamos quando se indaga a questão do relacionamento. Certamente não há uma receita, mas todos sonham em ter uma relação no mínimo saudável, seria uma grande prepotência querer uma relação perfeita, sendo que isso parte de um ideal quase sempre inexistente. Porém, o que fazer?
            Numa relação é necessário que haja comprometimento, trocas sinceras, programas que ambos gostam diálogos para expor os pontos positivos e negativos do relacionamento. Parece piada, mas mais uma vez caio da linda fantasia de uma relação perfeita.
            Não há muito que fazer quando numa relação sempre tem aquele que se dispões mais, que se permite mais, que aceita o outro com suas imperfeições, e que se deixam enganar muitas vezes por algo que dizem ser amor. Por fim, veremos pessoas sofrendo intensamente, chorando migalhas a todo tempo por estar com alguém que o máximo que faz é de dar prazer sexual. Certamente esse alguém pensa em usufruir os prazeres da vida, enquanto o outro pensa em ter uma relação perfeita. Quem se engana mais não sei, mas me parece que sempre aquele com traços bem perversos são menos queixosos da relação, na verdade nem se queixam.
            Sempre para um, tudo está bem, tudo anda perfeitamente bem, enquanto para o outro as coisas podem ser melhores, sempre quer discutir a relação, mesmo sabendo que o outro prefere fingir que o problema não existe, fica lá, num interminável ‘blá blá blá’, que irá acabar numa discussão tola, e em fazer as pazes.
            Mais uma vez o perverso por assim dizer contorna a situação a seu favor, mantendo-se num poder que pensa ser único. Nesse tipo de relação fica bem discriminado o funcionamento sádico-masoquista do casal, e a relação doentia vai rolando até que a parte saudável dela toma a mais perfeita decisão, separar-se. Sofrerá intensamente, amargamente, infelizmente, alguns até irão procurar outros parceiros com as mesmas características deste, talvez uma ligeira pretensão de querer recuperar num outro o que não fez naquele que se perdeu pelos caminhos da vida.
            Os caminhos para lidar numa relação são diversos, o importante é que sempre alguém tem que ceder, mas não pode ser sempre a mesma pessoa, por isso a conversa seria essencial nas relações, mas, como falar com alguém que não te escuta, te ignora, ri de sua cara, sai dar uma volta, e chega em casa como se tudo estivesse normal?
            É lamentável perceber esta realidade, e é gritante o numero de pessoas que se mantém neste tipo de relação, mas cada um, em seu tempo descobrirá como sair dela, antes que seja tarde demais. É certo que muitos preferem se manter nesta eterna fantasia de que o outro um dia vai acordar e se dar conta que está com alguém legal, que podem viver coisas belas juntas, e que o amor mudará a vida da pessoa. Mas é importante destacar que, ninguém muda ninguém sem tentar mudar-se também, nenhuma relação doentia sobrevive aos excessos, seja ele de usos de remédios, drogas, cobranças, um dia tudo se cansa, e quem mais ama, dispôs um grande tempo com alguém, que se tornara uma 'perda de tempo'.
            A triste realidade soa em sua porta e diz: você não teve nada em troca deste seu amor maravilhoso, apenas se submeteu ao outro, e agora está sem rumo. Que rumo tomar? Se durante a relação pensou tanto no outro, é hora de pensar em si mesmo, é um conselho bastante usado, e não é atoa que depois que a pessoa termina  a relação com outra, aparece mais jovial, mais bonita, menos tensa e mais alegre, e nem para fazer ciúme ao certo, mas para mostrar que ainda há um pouco de amor próprio.
            E é a partir deste amor, que se nota quão degradante foram os meses, anos de entrega ao incerto. A instabilidade do outro causava medo, e agora causa alivio. Parece que só depois da separação se descobre que ainda é gente, que ainda pode ter beleza, e começa um novo plano para se relacionar de forma melhor, isso quase nunca acontece, mas ao menos já está em pensamento.
            Seria possível ter uma relação verdadeira? Porque esperar separar-se do amado para as coisas mudarem? Se nada está bem, então precisa ser mudado tudo, mas se for algo simples, pode resolver naquele momento mesmo. Não tem porque se anular ao outro, e não tem porque ser tão rígido na relação, ela precisa de uma flexibilidade que impulsione à novos caminhos para ser melhor e melhor, se isso não ocorre, não tem como manter uma relação.
            Então, se não há uma fórmula certa, há as tentativas incertas, que darão a certeza que vale a pena em alguns momentos ousar.  Se o outro prefere agir impulsivamente, o que pode ser feito é ignorar, não há necessidade de num casal, alguém sofrer pelos dois. Se as coisas estão ruins é porque um alimenta no outro algo, e sendo assim ambos devem procurar juntos como resolver, mas se não dá certo, apenas irá continuar o círculo vicioso, de dias de paz, dias de guerra.
            Certamente voltamos a dizer que não há receita para uma relação dar certo, e se for para continuar num vai e volta torturante, devemos criar um novo tipo de relação, ou os sofredores de plantão deverão aprender a todo custo serem egocêntricos, menos prestativos e assim, sem dúvida, serão de alguma forma, menos infelizes. Claro, se isso fosse possível para os amantes solitários, mas, do real ao ideal, sempre há uma esperança. 
          Felicidade aos casais. rsrs

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Grupo de Idosos: Histórias de Vida.

Grupo de Idosos em atividade 01.06.11

Esse ano iniciei uma atividade que tenho gostado muito, grupo com idosos na cidade de Farroupilha. Em parceira com a Prefeitura de Farroupilha e a Ong Moinho de Ideias o grupo foi se formando. Nesse grupo que tem como objetivo trabalhar o Teatro, através de dinâmicas, depoimentos, histórias, foi se estabelencendo vínculos e conhecimento mútuo. Entre muitas histórias e formas de apresenta-la, umas das idosas me trouxe por escrito uma síntese da sua, achei interessante e desejei compartilhar.
Vejamos o que ela diz: 
"Encontro de teatro: vou falar um pouco da minha vida; minha família sempre foi muito humilde, mas com muita fé em Deus e disposição, me lembro de pequena que a mãe amamentava irmã mais nova, depois quando comecei ir na aula, nós levava um caderno e o lápis, uma fatia de pão de merenda, muito frio de pé descalço, na estrada quando ouvia um barulho de carro tinha muito medo, nos subia no barranco pra se esconder, mais adiante comecei a caraquese nos domingos de tarde, muito contente porque se encontrava com amigos e amigas, a mãe dos colegas não se preocupava com nada, foi muito bom na época. E crescendo me tornei mocinha, comentava com as amigas e colegas da escola, depois comecei sair nas festas encontrar amigo e amigas diferentes, tive alguns namorados até que encontrei o amor da minha vida, namoramos três anos e meioe iniciamos a nossa caminhada a dois. Com 20 anos casei no dia 26 de junho de 1965. E começou mais compromisso, mais responsabilidade, tive a primeira filha Neusa, depois tive três filhos: valdecir,Neide e Ari, muito contente com a família, todos com saúde, mas dois anos depois tive outra meninas que nasceu morta, assim as coisas ficaram mais dificies, tristeza,chorava muito, mas sempre com muita força e fé em Deus nos animava porque os outros tinham boa saúde. 
Pobre,mal se tinha o que comer,pensemos de vim pra cidade em 1973, mudamos pra Farroupilha com o pouco que se tinha,começamos trabalhar de empregado, o marido sempre meio doente, os filhos pequenos não era fácil. Eles tinham que estudar, era frio e não se tinha roupa que nem hoje, seria tudo mais fácil. Porém, 38 anos depois estou aqui, os filhos casaram, tenho três netos, duas netas e uma falecida com três anos e meio. Começamos igual no casamento em 1965, marido e mulher.
Com muito amor,  paciência, fé e Deus vivo feliz, com a família, os vizinhos, amigos e com a comunidade que eu amo. 
Agora com o professor Clenio e com nosso grupo de amigos e amigas do teatro melhor ainda, estamos aqui unidos a nos, meu muito obrigado. L.M. B. 'O amor de Deus é especial'." 
Assim, como muitas histórias que escuto, essa foi me entregue por escrito, achei legal o modo e a simplicidade que ela usa as palavras pra narrar sua vida, com gestos simples, um sorriso sincero e uma fala tranquila ela leu para o grupo e foi aplaudida. Nos aplausos tinham o apoio e as semelhanças pela história que muitos ali viveram, e através dessas semelhanças o grupo se torna mais próximo e a cada atividade mais afetuoso. E a vida continua, e vamos juntos trilhar mais um pouco desta caminhada...

Por: Clenio Lopes