quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dia do Idoso

No dia primeiro de outubro comemora-se o dia internacional das pessoas idosas, sendo que a data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) a fim de qualificar a vida dos mais velhos, através da saúde e da integração social.
As pessoas idosas são aquelas com mais de sessenta e cinco anos, condição esta determinada pela Organização Mundial de Saúde, que os caracteriza como grupo da terceira idade.
O surgimento da data foi em razão de uma Assembleia Mundial sobre envelhecimento, realizada em Viena, na Áustria, em 1982.
Para envelhecer bem é necessário que a pessoa, ainda na idade adulta, pratique esportes de acordo com sua capacidade física, mantenha uma alimentação saudável e de qualidade, participe de programas de integração social, mantendo relacionamentos com outras pessoas de sua idade, pratique atividades produtivas, etc.
Envelhecer não é um processo fácil, muitas vezes causa depressão, desânimo, pois as pessoas vão sentindo que não tem mais valor para o trabalho, nem para seus entes queridos e familiares.
No ano de 2003 foi criado o Estatuto do Idoso, que garante que seus direitos sejam respeitados. O regulamento traz várias disposições como: não ficar em filas; não pagar passagem de ônibus coletivo; descontos em atividades de cultura, esporte e lazer; adquirir medicamentos gratuitos nos postos de saúde; vagas de estacionamento; dentre outras, medidas em respeito à fragilidade em que os mesmos se encontram.
É preciso que sejam tratados com reverência e consideração, por serem mais velhos e por terem mais experiência de vida, aspectos fundamentais para a sua estabilidade emocional.
Sendo assim, estando com o lado emocional equilibrado, a saúde mental será muito mais valorizada e proveitosa.
No Brasil, a comemoração é feita no dia 27 de setembro, dia de São Vicente de Paula, o pai da caridade, tendo sido adotada a partir de 1999, para considerar as dificuldades, direitos e deveres a que estão sujeitos.
É muito importante respeitar os idosos e lutarmos juntos para que seus diretos sejam respeitados. A sociedade precisa estar atenta a isso, pois a juventude não dura pra sempre e muitos idosos são responsaveis pelo sustento de netos e outros membros da famílias. E isso só é possível pelos anos de trabalho que prestaram a sociedade.
Devemos pensar e apoiar ações que garantam melhoria no cuidado a pessoa idosa, só assim poderemos ficar tranquilos que nossos queridos velhinh@s estejam sendo bem cuidados.

Clenio Lopes 

Fonte: 
http://www.brasilescola.com

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dia Nacional do Surdo


A Comunidade Surda Brasileira comemora em 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania.  A Federação Mundial dos Surdos já celebra o Dia do Surdo internacionalmente a cada 30 de setembro. No Brasil, o dia 26 de setembro é celebrado devido ao fato desta data lembrar a  inauguração da primeira escola para Surdos no país em 1857, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INESInstituto Nacional de Educação de Surdos. Toda esta história começou em 26 de setembro de 1857, durante o Império de D. Pedro II, quando o professor francês Hernest Huet fundou, com o apoio do imperador o Imperial Instituto de  Surdos Mudos. Huet era surdo. Na época, o Instituto era um asilo, onde só eram aceitos surdos do sexo masculino. Eles vinham de todos os pontos do país e muitos eram abandonados pelas famílias.
Uma das melhores formas de  incluir os surdos na sociedade é tornando possível a comunicação deles com as demais pessoas. Para isso existe a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Você provavelmente já viu na TV um intérprete de Libras fazendo sinais com as mãos para traduzir as informações faladas para aqueles que não podem ouvir. É principalmente por meio da Libras, e também da leitura labial, que os surdos podem entender o que é dito ao seu redor.
O Decreto 5.626/2005 torna obrigatórios o ensino da  Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de professores e a educação bilíngue nas escolas onde estejam matriculados alunos com deficiência auditiva. Ele também obriga os órgãos públicos a terem intérpretes de Libras para facilitar o atendimento aos cidadãos surdos.

Aprender e ser Intérprete de Libras
Infelizmente, muitas dessas medidas, que deveriam ajudar na inclusão dos surdos, ainda não foram implantadas. Se você já perdeu a oportunidade de ser amigo de um coleguinha surdo porque não sabia como se comunicar com ele, que tal fazer um curso para aprender a linguagem dos sinais ou  mesmo tornar-se intérprete de Libras?
Além da possibilidade de fazer novos amigos, você provavelmente terá um amplo mercado de trabalho, pois a lei dá um prazo de até 10 anos para que todas essas medidas sejam adotadas pelas universidades, escolas e órgãos públicos. Além de um emprego, você terá também a oportunidade de ajudar os surdos a saírem do silêncio e integrarem-se na sociedade.
Acredito que essa seja uma luta de tod@s e que precisamos levar a discussão adiante em nossos grupos de amigos, de escola, do trabalho, para que não seja algo lembrado apenas num dia específico, mas que seja uma rotina. Assim, será visível a necessidade de conhecermos a linguagem dos sinais, e podermos nos comunicar minimamente com os surdos, pois com isso eles não ficarão segregados apenas a comunidade surda e sim, farão parte da sociedade como um todo. 

Clenio Lopes

Fontes:

domingo, 16 de setembro de 2012

Apesar de... Estou sendo.



Não é de hoje que Clarice  Lispector me encanta. E ao me aventurar na leitura do livro ‘Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres’, logo me vi ainda mais encantando com a sutileza  de uma escrita intensa. Nos personagens Lóri e Ulisses, há uma intrínseca necessidade da descoberta. O mais bonito de tudo é a descoberta que acontece em seu tempo, sem pressa, com um medo necessário e uma permissividade lenta. É difícil definir uma escrita tão rica e que tanto me emociona.
Destaco apenas dois trechos nesse momento, pois foram os que mais me tocaram e certamente não apenas a mim, mas a todos que possivelmente já leram sua obra.
[...]
"Lóri ligou o número de telefone:
- Não poderei ir, Ulisses, não estou bem. Houve uma pausa. Ele afinal perguntou:
- É fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. “Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”
[...]
Noto nesse trecho o respeito ao tempo que Ulisses dá  para Lori nessa grande aventura que é a vida, e me veio  idéia de um aprendizagem em busca de um prazer de ‘apenas ser’ que ambos buscavam. Logo adiante outro trecho me toca, e compartilho abaixo:
[...]
- Eu disse para você _ Ulisses, estou sendo.
Ele examinou-a e por um momento estranhou-a, aquele rosto familiar de mulher. Ele se estranhou, e entendeu Lori: ele estava sendo.
- Eu também, disse baixo Ulisses.
Ambos sabiam que esse era um grande passo dado na aprendizagem. E não havia perigo de gastar este sentimento com medo de perdê-lo, porque ser era infinito, de um infinito de ondas do mar. Eu estou sendo, dizia a árvore do jardim. Eu estou sendo, disse o garçom que se aproximou. Eu estou sendo, disse a água verde na piscina. Eu estou sendo, disse o mar azul do Mediterrâneo. Eu estou sendo, disse o nosso mar verde e traiçoeiro. Eu estou sendo, disse a aranha e imobilizou a presa com o seu veneno. Eu estou sendo, disse uma criança que escorregara nos ladrilhos do chão e gritara assustada: mamãe! Eu estou sendo, disse a mãe que tinha um filho que escorregava nos ladrilhos que circundavam a piscina. Mas a luz se aquietava para a noite e eles estranharam a luz crepuscular. Lori estava fascinada pelo encontro de si mesma, ela se fascinava e quase se hipnotizava.
[...]
E assim, percebo o quanto é difícil ser, o quanto isso nos assusta, nos aprisiona, nos impede de ir mais além... Ler Clarice é uma reflexão de si mesmo, uma tentativa de se identificar com algo que sentimos como um todo, mas que ela escreveu em palavras.
Não é à toa que os trechos de Clarice Lispector fazem o maior sucesso nas redes sociais, mas apenas lendo sua obra é que teremos o real sentido dos seus fragmentos.

[Sobre a felicidade]
''Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não. Não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo “

Enfim... Refletir é preciso!

Clenio Lopes

Fonte: 
Clarice Lispector. Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres. ed. Rocco, 1998.